terça-feira, 28 de janeiro de 2025
Em uma cerimônia repleta de emoção e reflexão, o Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo recebeu, na última segunda-feira, uma palestra em memória ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A data, celebrada mundialmente em 27 de janeiro, marca os 80 anos da libertação do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, símbolo do genocídio que tirou a vida de milhões de judeus, além de outras minorias perseguidas pelo regime nazista.
O evento, promovido pela Escola Judiciária Militar de São Paulo com a participação da StandWithUS, Memorial do Holocausto e do Centro de Educação e Memória do Holocausto, reuniu um painel de especialistas que destacaram a importância de preservar a memória do Holocausto e seu impacto na construção dos Direitos Humanos no mundo.
A apresentação de uma pesquisa pelo doutorando Matheus Alexandre, da Universidade Federal do Ceará, que abrangeu dados de estudantes de diversos países, foi a primeira palestra. A investigação apontou um grande desconhecimento, por parte dos alunos, do que foi e o que aconteceu no Holocausto. “Esse levantamento mostra a importância da inclusão do estudo do Holocausto nos currículos escolares, ampliando o debate sobre tolerância, respeito às diferenças e direitos fundamentais”.
Entre os palestrantes estiveram Jorge Weiser e Joshua Strul, sobreviventes do Holocausto, que emocionaram o público ao compartilharem suas vivências e reflexões sobre os horrores vividos nos campos de concentração. Os dois finalizaram suas exposições externando uma imensa gratidão ao povo brasileiro e ao Brasil, onde puderam reconstruir suas vidas.
Sarita Mucinic Sarue, pedagoga e mestre em Estudos Judaicos pela FFLCH-USP, lembrou que em Auschwitz, o maior campo de concentração mantido pela Alemanha, foram mortos entre 1,1 e 1,5 milhões de pessoas, em sua maioria judeus. Para Sarita, o Brasil foi um porto seguro para muitos sobreviventes. “O que o imigrante mais almeja é ter um solo sob seus pés e a perspectiva de começar uma nova trajetória”.
Já Betina Anton, mestre em História Internacional e editora de Internacional da TV Globo, contou um pouco sobre o perfil do médico Josef Mengele, um dos maiores símbolos de Auschwitz, que fugiu para a América do Sul após o fim da Segunda Guerra e morreu no Brasil. “Ele estava totalmente mergulhado numa sociedade antissemita, queria confirmar a superioridade da raça ariana e para isso fazia experimentos médicos desumanos com os prisioneiros”.
O evento foi coordenado e mediado pelo professor Flávio Leão Bastos Pereira, advogado especializado em Direitos Humanos e Direito Internacional, que agradeceu ao TJMSP pelo compromisso da corte com a promoção dos Direitos Humanos e o combate à intolerância. A palestra foi um marco de reflexão sobre o impacto histórico e atual do Holocausto, reafirmando a importância de preservar a memória e construir um mundo mais justo e humano.
Por Imprensa TJMSP