No dia 25 de fevereiro, o TJMSP celebra 88 anos de sua fundação, um marco em uma trajetória que começou muito antes, no Brasil do início do século XIX. Nesta série especial, vamos revisitar momentos-chave que moldaram a história da Justiça Militar Estadual.
Em 1808, o Brasil estava prestes a viver uma transformação histórica. Com a chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro, a colônia tornava-se sede do Reino, e o Príncipe Regente Dom João VI enfrentava o desafio de reorganizar o governo e as instituições para garantir ordem e soberania. Foi nesse cenário, em 1º de abril de 1808, que nasceu o Conselho Supremo Militar e de Justiça, instituído pelo Alvará de Dom João VI. Não era apenas uma mudança administrativa, mas o marco inicial de uma Justiça especializada que atravessaria os séculos.
O documento deixava claro o propósito da nova instituição: “convindo à boa administração da Justiça Militar e mais pronto expediente dos Negócios e Contenciosos relativos ao mesmo serviço.” o Conselho foi criado para dar eficiência à Justiça Militar, garantindo que as forças responsáveis pela defesa do território mantivessem disciplina e coesão.
As tropas no Brasil precisavam de uma justiça que fosse local, ágil e eficiente — até então, qualquer questão era resolvida em Lisboa pelo Conselho de Guerra de Ultramar. Mas a criação do Conselho no Brasil representou mais que descentralização. Foi um passo importante em direção à construção de instituições brasileiras, que começavam a se afastar da dependência europeia.
Alvará régio – Criação da Justiça Militar em 1 de abril de 1808
Composto por oficiais-generais experientes, o Conselho tinha uma missão dupla: julgar causas militares e marítimas com rigor e resolver questões complexas, como a validade de presas de guerra feitas por embarcações da Armada Real.
Assim começou a história da Justiça mais antiga do Brasil, cujo legado remonta a mais de dois séculos. O Conselho Supremo Militar e de Justiça pavimentou o caminho para a organização e modernização das instituições militares, tornando-se o alicerce da Justiça Militar.
Quer conhecer mais sobre a história da Justiça Militar Estadual? Acompanhe os próximos posts da série!